sábado, 12 de março de 2011

PENSANDO ÉTICA

ÉTICA - FELICIDADE INDIVIDUAL CONQUISTADA A PARTIR DO EXERCÍCIO DO BEM COMUM.
Certas concepções de desenvolvimento e de cultura ocupam lugares cada vez mais privilegiados nas tentativas de se compreender e estimular o comportamento ético da humanidade.
Cultura deve ser entendida como elemento de coesão social e de fortalecimento das noções de pertencimento e de identidade; para além das dimensões institucionais dadas ao campo da Cultura, e para além das dimensões que articulam a Cultura com as representações/manifestações sociais, busca-se entendê-la enquanto formadora de subjetividades ao considerar a produção material e imaterial dos homens e grupos a partir de seus valores, comportamentos, sentimentos e desejos.
Desenvolvimento pleno, baseado nos desenvolvimentos técnico e econômico como esfera presente em nosso cotidiano no sentido da obtenção e crescimento de condições dignas de vida social, reforçando a dimensão pública e a sociabilidade, em direção contrária a uma individualização privada.
Ética será entendida aqui por sua vinculação ao pleno exercício do Eu em sua busca de felicidade e em consonância com a percepção de que esta plenitude, necessariamente, incorpora o Outro; ética como elemento estruturante de relações sociais baseadas nos níveis de confiança e coesão social interna aos grupos e destes com outros grupos e instituições.
No contexto brasileiro, marcado pelas exclusões e um forte abismo social, há que se supor algumas necessidades: de fomentar a sociabilidade inclusiva; de estimular a participação coletiva sustentável; de reforçar laços de identidade cidadã através de relações dialógicas.
Face essa realidade, os campos de ação do gestor/produtor cultural têm que ser norteados por firmes propósitos e conceituações que busquem valorizar a capacidade imanente aos grupos sociais de desenvolver seus potenciais de transformação, sem que a cultura seja percebida como elemento estranho ao cotidiano do cidadão comum. Deve-se entender que a capacidade técnica e o aporte financeiro fornecem importantes instrumentos de gestão, mas não são suficientes; deve-se garantir –e buscar estimular- a plena participação dos sujeitos e grupos.
A ação cultural ética envolve a circulação de idéias e a (re)formulação de práticas. Pressupõe reconhecer o outro e os comportamentos, as intenções, valores, conhecimentos que compõem o meio social, e a capacidade de interagir em outros meios.
O agente cultural deve estar comprometido com os diferentes atores sociais quando da elaboração de propostas e de execução de ações. Uma de suas metas é criar condições amplas para o exercício da cidadania e promover uma efetiva inclusão (seja pelo viés dialógico, pelas ações e pela socialização do saber). Algumas estratégias podem ser apontadas: qualificação do quadro técnico, capacitações em diversos níveis, estruturação dos equipamentos sociais pertinentes, ou seja: organizar uma base técnica e material para que o corpo social brasileiro assuma pleno protagonismo no mundo contemporâneo, a partir do empoderamento de toda a sociedade e não somente uma pequena parcela.
A idéia de relações éticas e dialógicas deve nortear o âmbito das diversas relações, incluindo-se aí as relações público/privado. Na busca permanente de relações éticas identifica-se a própria forma de o setor público contribuir e se relacionar com o setor privado por exemplo, entendendo que a lógica imediatista do mercado pode-se transformar em seu próprio interior, entre outras respondendo aos anseios da sociedade através de um marketing por demanda, em substituição a um marketing por oferta. Entendendo, também, que o mercado, e a idéia de consumo que o norteia, deve ter “leituras” onde se entenda que o “Consumo” não é só de bens materiais, mas a própria forma de uma sociedade se relacionar com o ambiente natural. Fontes de energia, uso da água, preservação do espaço natural, desenvolvimento sustentável, assim como outras tantas, são estratégias que podem ser pautadas por ações totalmente divergentes; opostas.
Para atingir tais objetivos, algumas diretrizes devem nortear todo o processo de construção, avaliação e troca de conhecimento e saberes, assim como todas as ações a serem implementadas:
• fomentar relações dialógicas e de sociabilidade partilhadas e inclusivas;
• estimular a participação coletiva, entendendo-a como estratégia de sustentabilidade e governança;
• reforçar os laços de pertencimento e identidade cidadã, e o reconhecimento social do papel das instituições;
• compreender as implicações da confiança e da aderência às normas que envolvem os indivíduos e seus grupos, e as relações inter-grupos;
• fortalecer o espírito gregário e de cooperação no interior dos grupos sociais, assim como a constituição de redes sociais;
• buscar a constante de troca de saberes, entendendo-os como oriundos dos diferentes lugares sociais;
• entender que as inserções (sociais, espaciais,...) dos indivíduos e grupos, e das instituições precisam ser norteadas pela constante busca de desenvolvimento pleno e sustentado.

2 comentários:

  1. Muito bom! Acabei de compartilhar no http://twitter.com/asartesdarosa

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  2. Muito bom!!!! Maravilha!
    Espero poder compartilhar minhas humildes pesquisas para a monografia ainda se possível esta semana, como adiantei em e-mail enviado ontem e logo adiantar a conversa contando com a sua orientação o mais breve possível,
    abçs,
    Martha Lopes Pontes

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